O desenvolvimento de nanosistemas carreadores de fármacos é um campo em constante ascensão. Nanosistemas tais como lipossomas, nano- e micropartículas, são utilizados para veicular drogas com baixa biodisponibilidade e, portanto, representam um tema instigador em aulas de ciências. Portanto, este trabalho teve por objetivo produzir um sistema que simula um carreador de fármaco utilizando alginato de sódio e estudar o seu comportamento de liberação da substância aprisionada no interior da capsula formada por este. O trabalho foi realizado com alunos do Ensino Fundamental de uma escola do Recife-PE. As esferas de alginato foram produzidas gotejando-se uma mistura de corante + solução de alginato de sódio (2%) em uma solução de cloreto de cálcio (1%). Para o teste de liberação, 10 esferas de alginatos foram adicionadas em um béquer contendo 20 mL de água destilada. Alíquotas de 0,5 mL foram coletadas, lidas no UV (?= 480 nm) e a absorbância plotadas em função do tempo para gerar o gráfico do perfil de liberação. A cada alíquota retirada, 0,5 mL de água destilada eram repostos no sistema. Mediados pelos coordenadores, os estudantes obtiveram o gráfico do perfil de liberação. A partir do gráfico, os estudantes puderam compreender os limites correspondentes às faixas tóxica, terapêutica e sub terapêutica de uma formulação convencional e a comparam com um sistema de liberação controlada. A comparação dos gráficos ajudou os discentes a compreender a importância de se tomar medicamentos em horários pré-estabelecidos pelos médicos. A interdisciplinaridade foi destacada e os estudantes perceberam o quanto a matemática é importante para outras áreas. Isso incorre no conceito de farmacocinética de fármacos, tratada aqui de forma lúdica. O ensino de ciências deve ser pautado na alfabetização científica dos alunos para permitir uma participação mais efetiva destes na sociedade, como foi feito neste trabalho.