Esta pesquisa do tipo documental de natureza quantitativa propõe uma análise do número de notificações de violência contra mulher no período pré pandêmico e no período da pandemia de Covid-19 no município de Mogi das Cruzes com dados obtidos na Vigilância Epidemiológica através do Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN. O intuito foi analisar os dados obtidos através das notificações do período de dois anos da pandemia (2020-2021) e os dois anos pré pandêmicos (2018-2019). O termo “violência” é definido, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), como a utilização da força física, do poder ou ameaça que resulta em dano, morte, privação ou dano psicológico contra si mesmo ou contra outra pessoa. Consideram-se, por essa definição, quanto às características do ato violento, as violências física, psicológica, sexual e a negligência. Portanto, violência contra mulher pode ser compreendida como qualquer ação ou conduta, baseada no gênero, que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto no âmbito público como no privado, o que a torna um problema universal de saúde pública. Os dados obtidos mostraram que as notificações de violência não aumentaram, tendo 303 (? 4.4%) de notificações a menos nos anos de 2020-2021 comparado com os anos de 2018-2019. O perfil mais observado foi o de mulheres adultas (24 a 59 anos), brancas, com ensino médio completo e empregadas. A residência foi o local de maior incidência, sendo o cônjuge do sexo masculino o protagonista, agredindo fazendo uso da força corporal através da violência física. Dessas notificações 54% das mulheres relataram que houve reincidência no delito. Portanto, nota-se a necessidade de aprimorar as Políticas Públicas, reforçando a importância da intersetorialidade entre os órgãos, além de um atendimento que preze por humanização, equidade, integralidade e universalidade.