O tema desse capítulo foi a relação entre a formação do Enfermeiro, trabalho e sociedade, o profissional de Enfermagem compõe a maior categoria em números dentre as 14 profissões da área da saúde. Sendo as seguintes questões que nortearam esse capítulo: 1) Como se situa a formação do Enfermeiro na sociedade capitalista de consumo? 2) Como construir relações pedagógicas visando a formação crítica dos sujeitos, a busca da autonomia e de caminhos emancipatórios no exercício da profissão de enfermagem, no contexto da sociedade capitalista de consumo e ante a hegemonia do modelo biomédico hospitalocêntrico? 3) Que subsídios poderiam oferecer as histórias de vida de professores de enfermagem Enfermeiros e Enfermeiros para a construção de um trabalho ou processo alternativo de formação em enfermagem?Partiu-se das seguintes hipóteses:1) A formação do Enfermeiro, no contexto do sistema sócio-econômico e cultural vigente, tem assumido uma conotação de pseudoformação, fragmentada, unidimensional, isto é mais focada no binômio saúde-doença, privilegiando os aspectos técnicos-científicos, desarticulada das necessidades, da realidade global na qual os egressos dos cursos de enfermagem vão estar inseridos. 2) A construção de uma formação anti-hegemônica e anti-consumista se faz possível, suscitando uma postura crítica frente à situação sócio-econômica, política e cultural em que se realiza a atividade do profissional da enfermagem, promovendo a subjetividade, a autonomia, a auto-afirmação e o auto-desenvolvimento, que transpasse os aspectos meramente técnicos e biológicos de forma a inserir o saber da enfermagem na unidade do ser humano, no respeito às suas diferenças e necessidades fundamentais de forma a superar o reducionismo do binômio saúde-doença. 3) A história de vida de professores de enfermagem Enfermeiros e Enfermeiros podem contribuir para um projeto pedagógico alternativo em enfermagem, pois ao abrir a própria vida no exercício da profissão poderão manifestar posicionamentos subjetivos, corporais, afetivos, vivenciais, autônomos e enriquecer as teorias pedagógicas. Os objetivos do estudo consistiram em: a) Analisar como ocorre a formação do Enfermeiro, tendo em vista as estruturas macrossociais determinantes do processo saúde-doença; b) Descrever como os professores de enfermagem Enfermeiros e os Enfermeiros compreendem a construção do processo formativo e a possibilidade do desenvolvimento do exercício da autonomia no cuidar. c) Identificar se existe a possibilidade de escapar, contestar, descontruir no projeto formativo, a onipresente hegemonia do capitalismo e da sua universalidade técnico-científica consumista na área da saúde