As Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde são importantes indicadores da qualidade da assistência à saúde, havendo controvérsias se a gravidade clínica do paciente está associada ao seu desenvolvimento, o que justifica a realização de estudos sobre a relação entre essas infecções, as admissões em unidades de terapia intensiva (UTI) e a aquisição de resistência antimicrobiana. Este estudo caracterizou o perfil bacteriano em hemoculturas, aspirados traqueais e uroculturas de pacientes internados na clínica médica (CM), na sala de cuidados intermediários (ICS) e na UTI adulto do HU-UNIVASF. Trata-se de um estudo descritivo retrospectivo de 279 prontuários de pacientes desses setores no período de janeiro a junho de 2021. Os dados foram organizados em planilhas do Microsolft Excel® , calculados por meio de medidas estatísticas simples e distribuídos em tabelas e gráficos. As bactérias mais prevalentes foram A. baumannii (16,5%, N = 46/279); K. pneumoniae (15,8%, N = 44/279); P. aeruginosa (13,6%, N = 38/279) e S. aureus (10,7%, N = 30/279); nas hemoculturas foi Staphylococcus spp. com uma incidência de 66% (N = 23/35) na CM; 67% (N = 6/9) na SCI e 56% (N = 30/54) na UTI; nos aspirados traqueais foi P. aeruginosa na CM (38%, N = 5/13); P. aeruginosa (26%, N = 7/27) e S. aureus (26%, N = 7/27) na SCI e A. baumannii (31%, N = 27/86) na UTI e em uroculturas foi K. pneumoniae em todos os setores com incidência de 32% (N = 7/22) na CM; 36% (N = 4/11) na SCI e 27% (N = 6/22) na UTI, que também tiveram prevalência semelhante de E. faecalis (27%, N = 6/22). Conclui-se que, embora alguns microrganismos sejam isolados com maior frequência, o perfil e a prevalência de bactérias variam de acordo com a unidade de internação e o tipo de amostra biológica. A patogenicidade e os mecanismos de resistência desenvolvidos por esses microrganismos reforçam a importância de sua identificação.