Participei do III Congresso de Saúde Mental da UFSCar: a importância da interdisciplinariedade frente aos desafios atuais16 na condição de presidente da ADUFSCar, o sindicato dos docentes da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). A organização do evento convidou-me para fazer parte da mesa redonda intitulada A Saúde Mental do Trabalhador17. Quando recebi a convocatória, deparei-me, imediatamente, com duas questões a serem resolvidas: saúde mental dos trabalhadores em geral ou saúde mental dos docentes vinculados ao Sistema Federal de Ensino Superior? Decidi me pela segunda abordagem, o que me parecia mais óbvio. Quanto à segunda questão, não menos complicada: como discursaria sobre saúde mental se tenho formação acadêmica realizada exclusivamente no âmbito das Humanidades? Resolvi que falaria de fora para dentro, ou seja, abordaria a temática da saúde mental dos docentes em uma perspectiva das Ciências Humanas e não da Saúde no sentido acurado, até porque não seria capaz de tal proeza. Se a minha abordagem iria trilhar pelo viés das denominadas artes liberais, logo outro problema se imporia: pelas lavras de quem eu falaria? Neste caso, confesso que não houve indecisões, a posição assumida teve uma compleição peremptória: fui direto à estante da biblioteca onde estão ordenados os pensadores que considero clássicos.