A tuberculose (TB) é a doença infectocontagiosa mais prevalent do mundo. Pobreza e baixas condições socioeconômicas são as condições mais importantes para o aumento do número de casos e impactos negativos da TB, não somente nos países em desenvolvimento, bem como em países desenvolvidos, em grupos específicos (SARVI et al.. 2016). Causada pelo bacilo Mycobacterium tuberculosis, dentre as doenças contagiosas mais letais do mundo, é a que mostra a maior taxa de mortalidade na atualidade, sendo estimado, somente no ano de 2019, aproximadamente 10 milhões de novos casos de acordo com a Organização Mundial de Saúde (SOUTO-MARCHAND, 2017) (WHO, 2020). Essa realidade não é diferente no Brasil uma vez que o país, nos últimos 20 anos, registrou cerca de 1.8 milhão de casos de TB notificados pelo Ministério da Saúde (DATASUS). Apesar da ampla cobertura vacinal que previne contra as formas graves de TB e que é assegurada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) a partir do 1° mês de vida, a TB ainda é um desafio a ser superado no país, sendo um grande problema de saúde pública. Este estudo tem como objetivo mostrar que, sendo a TB uma Doença Negligenciada (DN), no Brasil, apesar de o país acompanhar a tendência global de redução do número de novos infectados, diminuindo em 10% a incidência média de TB nos últimos 20 anos, essa realidade mascara as desigualdades sociais e de acesso à saúde, principalmente nas regiões historicamente mais pobres (DATASUS) (BARATA,2009).