Estima-se que no mundo existam 36 milhões de pessoas com cegueira, mais de 216 milhões com deficiência visual moderada a grave e cerca de 188 milho?es com comprometimento visual leve (BOURNE et al., 2017). Essa deficiência está relacionada a condiço?es do sistema visual e refere-se a déficits na capacidade óptica em caráter definitivo, que não possa ser melhorada ou corrigida com o uso de lentes, tratamento clínico ou cirúrgico. Consequentemente, pode comprometer a realização de atividades cotidianas, e o desenvolvimento de forma geral (WHO, 2018).
O adolescer das pessoas com deficiência visual é um tema pouco tratado pela literatura. Contudo, essas pessoas chegam à puberdade como os demais adolescentes com a visão considerada normal, e vivenciam conflitos e interesses comuns a essa fase da vida (BEZERRA; PAGLIUCA, 2010).
Observa-se na atualidade que os jovens obtêm informações sobre sexualidade a partir de filmes, da internet, entre tantas outras possibilidades. Pela dificuldade em lidar com o assunto e se aproximar do adolescente, a família se omite e transfere a responsabilidade para a escola. Por outro lado, a escola acredita que esse papel é da família, já que o ensino visa apenas à concepção biológica, ou seja, trabalham apenas os fatores anatômicos e fisiológicos da sexualidade, deixando assim uma falha no ensino/aprendizagem sobre o assunto (FREITAS; DIAS, 2010). Diante do exposto, o objetivo deste estudo foi conhecer a percepção de diferentes atores sobre a sexualidade de adolescentes com deficiência visual, sendo eles: os profissionais de uma instituição especializada; os adolescentes e as mães desses adolescentes.