O período da adolescência é caracterizado por diversas mudanças, especialmente nas esferas biológica e sociológica. Na primeira ocorrem mudanças corporais, físicas e fisiológicas que transcendem aos fatores biopsicossociais, sendo esta a fase de estruturação da personalidade do indivíduo. Na categoria sociológica, o adolescente inicia o contato e a execução do papel do adulto na sociedade, na família e no trabalho, assumindo responsabilidades (ANJOS, 2017).
A Institucionalização de adolescentes, muitas vezes necessária pela falta de cuidados parentais, revela problemas vividos nessas instituiço?es, que têm dificuldade em oferecer o cuidado indicado pelo Estatuto da Criança e Adolescente (BRASIL, 1990) e também conta, muitas vezes, com o despreparo dos profissionais para lidar com os adolescentes, podendo levar a uma situação de violência institucional. Com isso o abrigo terá dificuldades em cumprir suas funço?es afetivas, de proteger e de beneficiar os indivíduos (LACERDA, 2014).
Questões sobre a qualidade de vida da criança e do adolescente institucionalizados vêm preocupando vários setores da sociedade. Preocupa a forma como irão se desenvolver, tanto física como emocionalmente, bem como o abandono e a violência sofrida por eles, fora e dentro do abrigo. A passagem por um abrigo representa vivências dolorosas, pois as situações que os levaram à institucionalização são sempre muito duras, fazendo com que convivam com experiências muito dramáticas, somando a isso a saída da vida familiar (LEMOS; GECHELE, ANDRADE, 2017). Diante do exposto, a presente pesquisa teve como objetivos descrever a percepção de adolescentes do sexo feminino sobre a situação de abrigamento.