Nas últimas décadas, o envelhecimento populacional tem se destacado em consequência do aumento da expectativa e qualidade de vida. Estudos demográficos nacionais apontam que para o ano de 2060 no Brasil, mais de sete milhões de pessoas estarão acima dos 60 anos, onde predomina a feminização da população (OPAS, 2005; IBGE, 2018).
Ao analisar a feminização do envelhecimento, constata-se as influencias de fatores externos na caracterização dessa realidade, fatores estes que estão associados a longevidade devido estilo de vida ativa, maior participação das mulheres socialmente, busca por serviços preventivos e de saúde física e mental, menores hábitos de vida deléterios incluindo menor taxa de alcoolismo e tabagismo nessa população e o desempenho de diferentes papéis sociais (MAXIMIANO-BARRETO et al., 2019).
Ao discutir o envelhecimento na população, projeta-se que esse processo acontece mais rapidamente devido às inúmeras doenças que o caracterizam, como as doenças mentais, neurodegenerativas e cardiovasculares, doenças crônicas, fraqueza e quedas, iatrogenias e outras, tornando-se um determinante para atenção à saúde pública. (FERREIRA et al., 2020).
Nesse contexto de envelhecimento ativo, muitos são os vieses que influenciam a homeostasia da mulher idosa como as relações e vínculos interpessoais, familiares e religiosos e ações sociais, a autonomia e poder de voz levando-a ter confiança em suas condutas, o livre arbítrio para ir e vir tornam-se evidências que solidificam cada vez mais o fortalecimento da resiliência da pessoa idosa como estratégias de inserção e participação idosa sociedade (GARCÉS et al., 2017).
A pandemia da COVID-19 mudou a rotina populacional, entretanto, as pessoas em fase de envelhecimento são as que mais sentiram o impacto dessa mudança nos cenários das relações e ações da sociedade, cobrança de isolamento e consequentemente a separação momentânea e instantânea de seus familiares. Uma vez que seus estilos de vidas e o próprio processo de envelhecimento os fragilizam individualmente e coletivamente, expondo-os à condição de propicias e de maior vulnerabilidade para o desenvolvimento da COVID-19 (DOURADO, 2020).
Nessa perspectiva, as ações das políticas públicas, voltadas para promoção e prevenção à saúde da mulher idosa contribuem para a eficácia da senescência integral e resolutiva, de caráter exploratório que facilitem o conhecimento do perfil demográfico e seus agravantes. Assim, o estudo objetiva relatar e descrever a experiência da Avaliação Geriátrica Global (AGG) junto a mulheres idosas durante as práticas de formação profissional em tempos de pandemia da COVID-19.