Introdução: COVID-19 longa define-se como a permanência de sintomas típicos de COVID-19 por mais de 4 semanas após o início da fase aguda. Este quadro em adultos está cada vez mais documentado, porém o acometimento em crianças e adolescentes ainda precisa ser melhor elucidado. Objetivos: Revisar publicações voltadas à investigação de COVID-19 longa em crianças e adolescentes, identificando-se os principais sintomas descritos e fatores de risco relacionados ao agravamento clínico nesta faixa etária. Métodos: Consistiu em revisão bibliográfica de estudos publicados no ano de 2021, presentes no banco de dados PubMed. Foram incluídos artigos em inglês e que investigaram a COVID-19 longa em crianças e adolescentes (& #60; 18 anos) confirmados laboratorialmente para COVID-19 durante a fase aguda. Não foram incluídas revisões bibliográficas. Resultados: Estudo de Asadi Pooya e colaboradores (2021), no Irã, demonstrou que 26 crianças e adolescentes apresentavam sequelas sintomáticas relacionadas a COVID-19 longa após 3 meses do acometimento agudo. Os sintomas mais frequentes foram a fadiga, fraqueza corporal, baixa tolerância a exercícios e falta de ar. De maneira semelhante, a investigação de Buonsenso et. al. (2021) demonstrou que fadiga, insônia, dor na cabeça e músculos e congestão nasal foi frequente em 129 crianças e adolescentes avaliados 1 mês após a fase aguda na Itália. Osmanov et. al. (2021), em estudo longitudinal onde 518 crianças e adolescentes foram acompanhados por mais de 5 meses na Rússia, demonstrou que a fadiga foi o sintoma persistente com maior frequência, seguida de complicações sensoriais e do sono. Os mesmos autores descreveram que: maior idade; admissão em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), doenças alérgicas pré-existentes e dor muscular no momento da admissão no hospital, favoreceram o risco de desenvolver sintomas persistentes de COVID-19. Considerações finais: Estes dados sugerem que menores de 18 anos se apresentam suscetíveis a desenvolver sintomas persistentes de COVID-19 por vários meses após o início da sintomatologia aguda e, portanto, compreender este acometimento se demonstra importante para a saúde da criança e do adolescente, impactando a tomada de decisões em saúde pública envolvendo estes grupos etários.