Introdução: A população obstétrica brasileira, no início da pandemia de COVID-19, não apresentava risco de desenvolver os sintomas graves da doença, segundo notificações iniciais. Entretanto, ao analisar o Sistema de Informações de Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe), foram identificadas 978 gestantes e puérperas com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no Brasil. Destas, 124 foram a óbito devido à COVID-19, representando uma taxa de mortalidade de 12,7%. O óbito materno é uma emergência de saúde pública devido 95% das causas serem evitáveis. Objetivo: O estudo tem como objetivo descrever a tendência da mortalidade materna no Brasil durante a pandemia de COVID-19. Métodos: Revisão bibliográfica de estudos publicados entre os anos de 2020 e 2021, referentes aos bancos de dados PubMed e SciELO. Foram incluídos artigos nos idiomas português e inglês que investigaram a mortalidade materna por COVID-19, não sendo incluídas revisões sistemáticas. Resultados: A literatura descreve que a preocupação com as gestantes e puérperas é imprescindível devido a qualidade do serviço ofertado, o que se agravou durante a pandemia de COVID-19. Fica evidente ainda, a necessidade de aprimorar a detecção e o registro de casos com regularidade e transparência, para que o monitoramento durante a pandemia seja eficiente. Os Sistemas de Informação em Saúde devem ser encarados como prioridade sob a pena de perder o esforço que vem sendo construído durante várias décadas. Os autores destacam ainda que a qualidade dos serviços de assistência à mulher neste período demonstrou estar fragilizada, principalmente pelo receio de buscar o serviço de saúde devido a impossibilidade de sair de casa. Considerações finais: Esses enfoques permitem investigar os óbitos por COVID-19 e assim evidenciar a realidade acerca do número de óbitos pela doença. Este estudo demonstra que a aplicação dos protocolos de investigação epidemiológicos já presentes nas rotinas de trabalho, certamente fornecerá maior precisão do nível de subnotificação de óbitos pela COVID19.