Introdução. A COVID-19 se alastrou rapidamente pelo mundo, causando uma pandemia. O alto número de infectados e mortos, e às medidas de isolamento social deixou a população receosa e amedrontada com a COVID-19. Diante deste cenário, diversas notícias tendenciosas surgiram e associaram o uso de determinados fármacos à prevenção e cura do coronavírus, mesmo sem respaldo científico da sua eficácia, levando ao aumento da automedicação no Brasil e no mundo. Objetivo: Averiguar o perfil da automedicação praticada por pacientes que frequentam uma farmácia de Vitória-ES para tratamento e/ou prevenção à COVID-19, durante a pandemia. Metodologia. Para isso, realizou-se uma pesquisa de campo, aprovado pelo CEP-UNIP sob parecer nº 4.936.564, através de um questionário estruturado com perguntas objetivas para analisar o perfil sócio demográfico e o perfil de saúde dos participantes do estudo, bem como a assistência farmacêutica recebida na automedicação. Resultados. Foram analisados 100 questionários, e observou-se que a maioria dos participantes da pesquisa eram mulheres, na faixa etária de 21-30 anos. Além disso, a maioria dos entrevistados se automedicou mais de cinco vezes durante a pandemia no intuito de prevenir ou curar a COVID-19, sendo que os medicamentos mais utilizados nesta automedicação foram a vitamina C (53%), Dipirona e associados (42%), vitamina D (41%), Paracetamol e associados (41%), Zinco (40%) e Ivermectina (31%). O principal motivo alegado pelos participantes do estudo para se automedicarem foi a praticidade e a comodidade para sanar os sintomas que tiveram (52%), sendo a que a maioria foi influenciado por funcionários de farmácias para fazerem esta automedicação (34%). Constatou-se ainda, que a maioria dos entrevistados alegou não terem recebido orientação farmacêutica ao comprar medicamentos sem prescrição médica (47%) e afirmam que raramente (39%), ou ocasionalmente (30%) recebem estas orientações sem que os mesmos procurem. Conclusão. Portanto, o estudo mostra que houve consumo de medicamentos divulgados em rede sociais para previnir ou tratar a COVID-19, mesmo sem comprovação científica. Sugere que houve falha na assistência farmacêutica e que a falha pode ter contribuído para a automedicação para prevenção e/ou tratamento da COVID-19, tornando a assistência farmacêutica primordial para garantir o uso racional de medicamentos.