Introdução: A vulnerabilidade vivenciada, pela família, face a uma situação de doença crítica está na génese de alterações significativas nas suas transições. O sentimento de ameaça à sobrevivência é vivenciado pelos membros da família, enquanto ameaça à sua unidade. Este encontro do enfermeiro com a família, no serviço de urgência, pode ser pautado por grande ansiedade e sofrimento, traduzindose num momento de plena crise familiar. Objetivo: Desocultar as vivências dos enfermeiros no acolhimento da família no serviço de urgência. Metodologia: Estudo de abordagem fenomenológico descritiva de acordo com a perspetiva de Van Kaam. O método de colheita de dados foi a entrevista em profundidade. A análise de dados secundários foi realizada sem identificação de sujeitos, usando o método modificado de Moustakas. Resultados: A estrutura essencial do fenómeno desoculta uma descrição composta pela dimensão da promoção do acolhimento da família da pessoa em situação crítica no serviço de urgência. Os enfermeiros relatam que este processo nem sempre é linear e que tem um impacto no desenrolar da sua relação com a família, sendo um acolhimento eficaz essencial para conseguirem cuidar da família. A gestão eficaz da presença inesperada da família num contexto tão exigente tem um impacto relevante em toda a equipa transdisciplinar. Conclusões: O acolhimento da família no SU é essencial para a construção da relação teapêutica, surgindo como uma forma inicial de cuidar da família. O enfermeiro tem competências não meramente para assistir indivíduos no contexto da sua família, mas sobretudo para cuidar da família como sistema, sendo ela própria o foco de cuidado.