Introdução: Como forma de adaptação ao contexto de bem-estar e de direitos dos animais, as Universidades têm buscado métodos alternativos para o ensino de cirurgia veterinária que visam substituir o emprego de animais vivos, sem tornar o ensino deficitário. Objetivo: Determinar a força máxima (Newtons), e deformação (milímetros) de ruptura da pele, em cadáveres de cães preparados quimicamente e realizar identificação microbiológica durante o processo de conservação. Metodologia: Foram utilizados 8 cadáveres de cães e 24 fragmentos de pele a fresco (amostracontrole) para biomecânica imediata. Cada cadáver recebeu 120ml/Kg de solução de sal de cura (contendo 200g/litro de NaCl, 10g/litro de NaNO2 e 10g/litro de NaNO3) e posteriormente 150ml/Kg de solução contendo álcool etílico puro com 5% de glicerina, depois foram embalados à vácuo e guardados refrigerados. Considerando “dia zero” o momento da coleta das amostras-controle, as outras análises foram realizadas nos dias 30-60-90-120, com a coleta de 3 fragmentos de pele por cadáver. Também foram realizadas coletas do líquido das embalagens de 2 cadáveres para análise microbiológica. Resultados: Os resultados do teste ANOVA da força máxima indicam que não houve diferença significativa (p=0,5344) entre a média da força máxima do grupo controle e as médias dos diferentes momentos avaliados, comprovando que o método de conservação manteve as características biomecânicas da pele por até 120 dias sob refrigeração. As análises microbiológicas mostraram que a população microbiana não excedeu 8x102 UFC/mL nos aeróbios totais e 5x102 UFC/mL nos anaeróbios totais, e 25% das amostras não apresentaram contaminação. Para causar um efeito negativo, a quantidade de UFC deve estar acima de 108. Conclusões: A conservação com álcool etílico e sais de cura, associado às embalagens a vácuo, é uma forma efetiva de preservar e conservar as características da pele fresca por até 120 dias, o que é recomendado para o ensino da cirurgia veterinária.