Introdução: Com a expansão da ideologia que defende o bem-estar animal e sua não utilização em pesquisa e ensino, o emprego de cadáveres para o treinamento de cirurgia torna-se cada vez mais frequente. Assim, é necessário o uso de técnicas de conservação anatômica para evitar a deterioração e manter as propriedades físicas dos tecidos. Objetivo: Analisar, biomecanicamente, o jejuno de cadáveres de cães submetidos a tratamento químico, comparando com amostras de cadáveres frescos, sem qualquer tratamento. Metodologia: Foram selecionados oito animais (grupo 1), e foram colhidas três amostras de jejuno (amostras controle), que foram enviadas imediatamente para análise biomecânica. Foi então realizada a fixação, via artéria carótida comum, com solução contendo 120ml/kg de sal cura, composta de 200g/litro de cloreto de sódio, 10g/litro de nitrito de sódio e 10g/litro de nitrato de sódio e em seguida, álcool etílico puro com 5% de glicerina em relação ao volume do álcool, na quantidade de 150ml/kg de peso corporal. Feito isso, cada cadáver foi colocado em saco plástico e embalado à vácuo por máquina profissional, sendo mantido refrigerado entre 0 e 4?C. Nos sete dias seguintes também se coletaram três segmentos jejunais para análise. Para o grupo 2, foram preparados mais oito cães e os graduandos avaliaram a qualidade dos cadáveres, utilizando-se escores (0 a 10) para maleabilidade, incisão e sutura do tecido. Resultados: Na estatística, apenas as amostras coletadas no dia 4 diferiram-se quanto a força máxima de ruptura. Quanto aos escores, houve diferença estatística na comparação com o cadáver fresco, mas os escores nunca foram inferiores a 7,35 ± 1,95 e a aceitabilidade dos alunos foi de 100%. Conclusões: A técnica anatômica foi efetiva para manter as características biomecânicas do jejuno por pelo menos 7 dias, o que é recomendado para o treinamento cirúrgico.