INTRODUÇÃO: Atualmente, os gastos públicos (GP) referentes aos serviços hospitalares (SH) no Brasil aumentaram em relação aos últimos anos. Na ótica dos GP com internações psiquiátricas relacionadas a transtornos mentais e comportamentais (TMC) decorrentes de substâncias psicoativas (SP), o álcool obteve maior montante financeiro em relação às drogas ilícitas. Considerando que o Brasil segue um modelo psicossocial na atenção aos pacientes psiquiátricos, os GP relacionados a internações estão escassos e têm-se investido mais em medidas de prevenção e atenção primária sobre o uso de SP. OBJETIVOS: Comparar os gastos com SH referentes aos TMC devido ao uso de SP no Brasil, entre os anos de 2009 e 2019. METODOLOGIA: Estudo analítico, observacional, longitudinal e retrospectivo. Os dados foram obtidos no DATASUS e são referentes ao valor dos SH por TMC devido ao uso de SP, nos anos de 2009 e 2019. Estratificou-se segundo a faixa etária e as regiões brasileiras foram separadas. RESULTADOS: A faixa etária com maiores gastos em 2009 foi a de 25-29 anos, correspondendo a 23% do total, seguida pelas faixas de 20-24 (21%) e 30-34 (17%). As regiões mais atingidas foram a Sudeste (39% dos gastos) e Sul (35%). Em 2019, a faixa etária com maiores gastos foi a de 30-34 anos (17%), seguida pela faixa de 35-39 (17%) e 25-29 (16%), sendo a região Sul a que apresentou os maiores gastos (39%). Comparando os dois anos analisados pôde-se observar um aumento de 38% dos gastos em 2019. CONCLUSÃO: No Brasil há um declínio constante no financiamento de internações psiquiátricas, e um aumento em serviços substitutivos, prezando o modelo psicossocial. Todavia, os dados mostram que os GP relacionados aos TMC devido ao uso de SP cresceram nos últimos dez anos, convergindo para a necessidade de implantação de novas políticas públicas nacionais de controle dessas substâncias.