O novo coronavírus da sí¬ndrome respiratória do Oriente Médio foi isolado pela primeira em junho de 2012. O ví¬rus afeta predominantemente o sistema respiratório e são raras, porém graves, as afecções do sistema nervoso central (SNC) causados pelo coronavírus (HCoV). Trata-se de uma revisão sistemática da literatura na qual busca-se identificar a fisiopatologia da encefalopatia causada pela infecção do HCoV. Foram selecionados 8 artigos nas bases de dados do Pubmed, Scielo, Cochrane, Lilacs e Medline utilizando os termos coronavirus AND encephalopathyâ. Foram inclui¬dos artigos dos últimos 20 anos, que envolviam estudos em seres humanos e da lí¬ngua inglesa, espanhola e portuguesa. Foram excluídos os artigos que não apresentaram concordância com os objetivos propostos e artigos duplicados. Observou-se que as infecções do SNC pelo HCoV são raras, porém graves. Os principais sintomas neurológicos encontrados foram alteração do ní¬vel mental, variando de confusão a coma, ataxia e déficits motores focais, além dos sintomas da sí¬ndrome respiratória aguda grave. O HCoV pode infiltrar o SNC através da infecção lítica de oligodendrócitos, causando sintomas que vão além da encefalopatia, através da desmielinização e expressão de moléculas citotóxicas pelas células da glia, iniciando uma doença desmielinizante denominada Encefalomielite Disseminada Aguda (ADEM), que imita Esclerose Múltipla (EM), ou mesmo ativando a EM em indiví¬duos propensos geneticamente. Portanto, O HCoV é um ví¬rus de predominância respiratória, porém, a afecção do SNC é capaz de desenvolver quadros graves, aumentando a incidência de patologias mais severas como a EM e ADEM.