O câncer, por seu caráter crônico e de tratamentos invasivos e debilitantes, defronta o ser humano com perdas e com a possibilidade de finitude da vida. O mecanismo que o indivíduo tem de enfrentar tais questões é o luto, processo de trabalho psíquico em que se reage a perda de algo ou de alguém amado, dando sentidos a essa ausência até sua aceitação e a formulação de novos objetivos de vida (FREUD, 1915;2010). Embora envolva dor, após algum tempo, o luto será superado. Quando o luto não é autorizado ou é interrompido, será mal elaborado e deixará o indivíduo preso a um sofrimento sem possibilidades de externação ou com possibilidades precárias para isso.