Historicamente, a epilepsia já foi associada a possessões espirituais e a muito preconceito, que, infelizmente, ainda existe na atualidade. Contudo, hoje em dia, com sua desmistificação, sabese que é uma atividade orquestrada pelo cérebro e tem tratamento. A psicose e a epilepsia estão de certa maneira interligadas—principalmente em pacientes cujo foco de convulsão se localiza no lobo temporal—, podendo ocorrer crises psicóticas durante as crises epilépticas. Os sintomas psicóticos geralmente surgem numa parcela mais velha da população e são mais complicados quando se manifestam na adolescência juntamente à epilepsia, gerando alucinações auditivas e complicações tanto na esfera social quanto emocional. Na avaliação de um doente com esse quadro, é essencial valorizar todo o contexto psíquico e pessoal, uma vez que estes podem afetar significativamente o cotidiano do paciente. Como ideia final e objetivo deste trabalho, é comentado a importância de estudos que abordem sobre as alterações morfoquímicas em doentes epilépticos com perturbações psicóticas para que os alvos de tratamento futuro sejam melhor abordados e não sofram tanto impacto do estigma e falta de capacitação a respeito dessa correlação neurológica e psiquiátrica da epilepsia.