Introdução: Diabetes Mellitus (DM) consiste em uma doença endócrino-metabólica ocasionada por fatores heterogêneos, culminando no aumento da glicemia1,2. Pode evoluir com complicações, incluindo o glaucoma, que interferem na qualidade de vida do doente1. Esse, por sua vez, caracterizase por uma neuropatia do nervo óptico decorrente de aumento da pressão intraocular, relativamente frequente em pacientes com DM, já que esta promove aumento da viscosidade sanguínea1,3. Objetivo: Investigar o uso de Doxium e demais intervenções ao glaucoma em pacientes com DM. Metodologia: Foram analisados Ensaios Clínicos Controlados e Randomizados publicados em inglês, entre 2015 e 2019, em humanos, na base de dados MedLine via Pubmed. A frase de pesquisa foi construída mediante consulta ao MeSH, com os descritores: Diabetes Mellitus; Glaucoma; Therapy. Foram excluídos estudos com métodos pouco claros ou mal descritos. Utilizou-se a escala PRISMA4 com intuito de melhorar o relato. Resultados: Foram identificados 596 artigos relacionados às terapêuticas que envolvem DM e glaucoma. Após aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, apenas 4 estudos compuseram o escopo desta Revisão. O Doxium é um agente angioprotetor oral que além de diminuir a hiperviscosidade de sangue, plasma e humor aquoso, possui ação antiagregante plaquetária. O tratamento por 6 meses com esse fármaco demonstrou nos pacientes diminuição da pressão intraocular, aumento do coeficiente de fluxo de saída, diminuição do número de olhos com defeitos em campo de visão e de hemorragias retiniana, principalmente na periferia da retina. A terapêutica foi bem tolerada, tendo como efeito adverso leve desconforto gástrico. A fotocoagulação panretinal e a administração de Ranibizumab também estão relacionados à prevenção de eventos de piora de retinopatias diabéticas proliferativas, dentre eles o glaucoma neovascular. Nesses casos, o tratamento com Ranibizumab demonstrou menor ocorrência do quadro quando comparado à fotocoagulação panretinal em um follow-up de 2 anos. Conclusões: As evidências indicam que são necessários estudos a longo prazo para elucidar o assunto. No entanto, desde já, o uso de cada tratamento deve ser analisado e aplicado de acordo com as necessidades do paciente e sua evolução clínica, visando maior eficácia e conforto.