O presente trabalho tem por objetivo relatar a experiência de residentes de psicologia e serviço social frente na garantia do direito sexual e reprodutivo em um cenário prática do programa residência multiprofissional no município de Altamira. O direito sexual e reprodutivo corresponde a um direito humano fundamental, sendo definido como um conjunto de direitos individuais e sociais que devem interagir em busca do pleno exercício da sexualidade e reprodução humana. Esses direitos correspondem à autonomia de seus desejos reprodutivos e sexuais, sem sofrer qualquer tipo de discriminação, e o acesso à informação aos meios necessários para o exercício seguro e saudável da sexualidade. A temática sobre abortamento dentro do direito reprodutivo e sexual configura um campo de tensão e disputas de afirmação de práticas de poder de várias esferas sociais sobre o corpo das mulheres, a exemplo do campo da saúde, jurídico, religioso e pedagógico. No Brasil, o aborto é permitido somente em gravidez resultante de estupro, em casos de risco de vida para a gestante e em anencefalia fetal conforme artigo 128 do Código Penal. Em casos de violência sexual resultando em gravidez os serviços de saúde tem o dever de oferecer às vítimas atendimento emergencial, integral e multidisciplinar, com o objetivo do controle e ao tratamento dos agravos físicos e psíquicos decorrentes de violência sexual e encaminhamentos nos serviços de assistência em saúde.