Introdução: A hanseníase é uma infecção crônica, desencadeada pelo Mycobacterium leprae e uma neuropatia que afeta o sistema nervoso periférico denominada hanseníase neural primaria – HNP. A HNP é de lesão única ou múltipla dos nervos e pode apresentar comprometimento neural assimétrico e às vezes intradérmico. O diagnóstico da HNP reúne, idealmente, avaliação clínica com a eletroneuromiografia que avalia padrões de comprometimento neural, podendo ser necessária a biópsia do nervo periférico. Dentre os principais nervos acometidos pela hanseníase o facial afeta a expressão facial, proteção ocular, glândulas lacrimais, salivares e nasais, podendo ocasionar lagoftalmo, ulcerações e diminuição da visão. Objetivo: Conhecer os quadros hansênicos que tenham envolvimento com o nervo facial e a mímica facial. Métodos: Foi realizado o levantamento de artigos publicados na base de dados PUBMED, utilizando os descritores Leprosy Reaction AND Peripheral Nerves, Facial Nerve AND Leprosy, Paralysis OR Paresis AND Facial Nerve AND Leprosy e como critérios de inclusão artigos completos disponíveis e de exclusão artigos incompletos ou não revisados. Resultados: As lesões do nervo facial diferem das outras lesões nervosas na hanseníase, sendo esse um nervo motor puro. O padrão de envolvimento do nervo facial é predominantemente uma paralisia do ramo zigomático, que se enquadra na composição do nervo facial, assim como os ramos auricular, marginal, mandibular, bucal e temporal. A paralisia facial periférica incompleta é uma das consequências da HNP, ocorrendo alteração na expressão facial, além do estigma social. Considerações finais: A condição de um nervo não deve ser julgada apenas pelas aparências externas. As alterações neurofisiológicas normalmente precedem o aparecimento de lesões na pele. O diagnóstico tardio dessa neuropatia periférica pode causar sequelas, deformidades, incapacidade. A busca ativa de contatos permite um possível diagnóstico precoce, que envolva avaliação dermatoneurológica e, se necessário, complementada com ELISA anti-PGL1, qPCR biópsia e raspado intradérmico e, ainda, eletroneuromiografia.