Introdução: A Diabetes Mellitus do tipo 2 (DM2) é uma doença caracterizada pela hiperglicemia crônica, que pode estar associada a hipertensão arterial, dislipidemia e/ou diversas outras condições. Tem etiologia múltipla, com componentes genéticos e ambientais que contribuem para incapacitação ou falta da insulina. Apesar de não ter cura, o tratamento prolonga a expectativa de vida do portador, bem como diminui a ocorrência de complicações. Objetivo: Comparar, de forma crítica, todas as opções medicamentosas para o tratamento da Diabete Mellitus tipo 2 com os medicamentos fornecidos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Metodologia: Tratou-se de um estudo de revisão de literatura bibliográfico, onde foram revistas as principais diretrizes nacionais e internacionais para o tratamento medicamentoso da DM2, especialmente da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) e da American Diabetes Association (ADA), relacionando com a oferta desses fármacos pelo SUS, através da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME). Resultados: Observou-se que pacientes que não possuem condição financeira para a aquisição privada de medicamentos antidiabéticos orais das classes dos inibidores da SGLT2, dos agonistas do GLP-1 ou dos inibidores da Dipeptidil Peptidase 4 (iDPP4), especialmente aqueles que sofrem com doença cardiovascular aterosclerótica, insuficiência cardíaca ou doença renal crônica, terão que ingressar, precocemente, em um tratamento constituído por sulfoniluréias ou diretamente pela insulina basal, após a monoterapia com a Metformina, o que favorece a progressão mais rápida da doença, além de conferir um maior risco de crises hipoglicêmicas graves nesses indivíduos. Conclusões: A desigualdade socioeconômica no acesso aos tratamentos é percebida em todo o leque dos cuidados de saúde, incluindo a diabetes. Apesar dos avanços tecnológicos no desenvolvimento de novas drogas, o Estado brasileiro ainda não é capaz de prover tratamento de forma equânime para uma doença altamente prevalente, como a diabetes mellitus tipo 2, nos diversos segmentos sociais da população.