Introdução: Tendo suas origens no Brasil desde o período colonial, a automedicação é uma prática frequente, gerando sérios prejuízos à saúde pública, sendo um importante fator de risco no âmbito da atenção primária no Sistema Único de Saúde. Neste contexto, as transformações no mundo contemporâneo e a demanda por novos serviços, tecnologias e tratamentos trazem novos desafios em relação ao uso de medicamentos isentos de prescrição, regulamentados pela Resolução 586 do Conselho Federal de Farmácia e pela Instrução Normativa 86 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Objetivo: Analisar estudos de casos relacionados ao uso de medicamentos isentos de prescrição, visando identificar seus principais fatores desencadeantes e as consequências adversas deles decorrentes. Metodologia: Foi realizado um levantamento bibliográfico através de consulta das bases de dados Scielo, PubMed, LILACS e Google Acadêmico, selecionando-se artigos referentes à estudos de caso mais relevantes publicados nos últimos cinco anos. Resultados e discussão: Constatou-se que entre os principais fatores desencadeantes de intoxicações decorrentes desta prática estão: a elevada aquisição de medicações, dificuldades de autogestão e adesão terapêutica, falta de informações, erros na prescrição e fracionamento de comprimidos. Além destes, pode-se mencionar a ingestão excessiva ou em doses incorretas da medicação. Contudo, em alguns casos, a alta dosagem pode estar associada a fatores genéticos não identificados, podendo provocar consequências como hipervitaminoses. Entre os efeitos colaterais mais comuns estão: vômitos, fraqueza, hipertensão arterial, dores lombares, alterações gástricas, náuseas e transtornos como: confusão mental, ansiedade e depressão. Conclusão: A automedicação deve ser combatida através de intervenções articuladas entre os profissionais de saúde, havendo acompanhamento farmacêutico regular e revisão da medicação. É essencial a observância, dentro das políticas públicas, de fatores como o envelhecimento populacional, o aumento da incidência de doenças crônicas e a complexidade da gestão terapêutica em meio à enorme quantidade de medicamentos presentes e disponíveis no mercado.