Introdução: A Estomatite Vesicular (EV) é uma doença infecciosa causada por um RNA-vírus, pertencente à Família Rhabdovirídae, gênero Vesiculovírus. É uma zoonose, e clinicamente, não é diferenciada da febre aftosa. Afeta bovídeos, eqüídeos, suídeos e pequenos ruminantes. Caracteriza-se por febre, vesículas na boca, focinho, narinas, tetas e espaço interdigital. Os sinais clínicos da EV são indistinguíveis da febre aftosa, fazendo parte do sistema de vigilância para as doenças vesiculares. Objetivo: O presente estudo objetivou identificar a freqüência e a distribuição da Estomatite Vesicular no Brasil no período de 1999 a 2019. Metodologia: Realizou-se um estudo epidemiológico observacional, descritivo e longitudinal retrospectivo dos casos de Estomatite Vesicular notificados no Brasil (1999-2019), utilizando dados secundários extraídos do Sistema Nacional de Informação Zoosanitária (MAPA). Para calcular o coeficiente de prevalência foram utilizados dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE sobre a população de bovinos, bubalinos, equinos, suínos, caprinos e ovinos no Brasil no período avaliado com um efetivo médio de 272.126.521,5 suscetíveis. Resultados: No período foram notificados 1.597 casos, com prevalência média de 0,59‰ animais, entre as espécies susceptíveis domésticas. Os equinos apresentaram a maior prevalência com 3,44‰, seguidos dos bovinos com 0,67‰, búfalos 0,49‰, suínos 0,13‰ e ovinos 0,006‰, não foram notificados casos de EV em caprinos no período avaliado. Quanto à distribuição geográfica dos casos de EV observa-se a concentração nas regiões Sudeste e Nordeste, com 44,97% e 44,01% respectivamente. Conclusão: Os equinos apresentaram maior prevalência da doença e a menor prevalência em ruminantes pode estar relacionada às subnotificações.