Introdução: Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) funcionam como instrumentos antimanicomiais do Sistema Único de Saúde (SUS), onde é feito um acolhimento com assistência multiprofissional em saúde mental. Há estratégias de humanização do SUS nos CAPS, seguindo a Política Nacional de Humanização, Política Nacional de Saúde Mental bem como o Projeto Terapêutico Singular, para proporcionar saúde na individualidade e quebrar com o saber tradicional pré-reforma psiquiátrica. Entretanto, mudanças sociopolíticas e discussões pró-manicomiais ganharam voz nos últimos anos, marcando retrocessos. Objetivo: Expor, de maneira imparcial, atuais benefícios do longo processo de humanização nos CAPS e conflitos que ainda predominam diante da condição biologicista em saúde mental para com os usuários. Metodologia: Trata-se de uma revisão de literatura, para reunir dados e informações acerca do tema de Humanização no contexto do CAPS, por meio da plataforma SciELO, estruturando uma análise científica para registro e comparação. Resultados: Percebe-se que há uma má articulação intersetorial, estigmas e preconceitos presentes nos serviços CAPS. Na portaria n. 3.588 de 21 de dezembro de 2017, observa-se ainda mais um favorecimento financeiro à nível hospitalar, diminuindo os financiamentos para o CAPS e serviços extra-hospitalares, trazendo retrocessos em humanização e potenciais indícios do antigo modelo hospitalocêntrico. Não obstante, o protagonismo dos usuários ainda é consenso e, de fato, a humanização presente entre profissionais e usuários amplia o cuidado e vincula ao serviço, sendo fundamental que os usuários do CAPS compreendam a sua atenção para alcançar a singularidade e integralidade no sistema. Conclusões: Apesar de obstáculos de cunho pré-reformista, estes são minoria diante do cenário prático do CAPS. Todavia, não se pode deixar de problematizar a abordagem higienista e focar na desinstitucionalização em saúde mental. É fundamental a ampliação do olhar para necessidades dos usuários em sua totalidade, visando a expansão da humanização nos Centros de Atenção Psicossocial.