No Brasil, as aranhas representam a terceira maior causa de intoxicação humana, dentre os acidentes por animais peçonhentos, e entre os acidentes ocasionados por artrópodes, elas são responsáveis por a maior morbi-mortalidade. Assim, este trabalho tem o objetivo de contribuir com dados epidemiológicos sobre acidentes com aranhas de importância em Saúde Pública no Estado de Pernambuco, Brasil, entre 2016 a 2020. Trata-se de uma pesquisa descritiva retrospectiva com dados coletados do Sistema de Notificação e Agravos do Ministério da Saúde (SINAN). O presente estudo não necessitou ser submetido ao Comitê de Ética, por se tratar de dados secundários públicos, governamental e não envolver diretamente seres humanos, impossibilitando o reconhecimento dos mesmos. As variáveis investigadas foram: número de acidentes, ano do acidente, tipo de aranha, sexo, faixa etária e classificação final. Foram notificados 311 acidentes ocasionados por aranhas dos gêneros Phoneutria (n = 95; 30,5%), Loxosceles (n = 150; 48,2%) e Latrodectus (n = 66; 21,2%). O ano de 2016 (n = 43; 13,8%) e 2018 (n = 87; 28%) foram os anos com menor e maior número de notificações, respectivamente. O gênero Latrodectus atingiu principalmente as mulheres e o gênero Phoneutria os homens, enquanto o gênero Loxosceles atingiu igualmente os dois sexos. A faixa etária mais atingida ocorreu com vítimas da terceira até a quinta década de vida. A maior parte dos acidentes resultaram em quadros leves ou moderados. Os dados adquiridos permitem diagnosticar a necessidade de estudos epidemiológicos sobre acidentes causados por aranhas no estado de Pernambuco. Atividades de prevenção devem ser difundidas e promovidas para a população de forma constante e intensificadas, principalmente com relação a aranhas do gênero Loxosceles (conhecida popularmente como “aranha marrom”).