A pandemia do Covid-19 suscita mudanças significativas em vários aspectos da vida da população brasileira. Construções culturais que valoram a subjetividade de uma sociedade foram suprimidas em razão das medidas de distanciamento como ferramenta de controle da doença. Como alternativa, novas adaptações têm sido impostas, e estas chamadas de “novo normal”. Tais práticas nos convidam, ou nos obrigam a um novo aprender, novo ensinar, novo trabalhar e também a um novo morrer, já que a finitude nunca se apresentou de forma tão expressiva. Essas perdas massivas impactam milhões de pessoas pelos sentimentos próprios do luto acrescidos por este recente modo estabelecido de vivenciar a morte que vão desde o distanciamento dos entes, bem como a restrição das cerimônias fúnebres entre outros. Sendo assim, os atuais protocolos de saúde direcionados aos rituais de despedidas inauguram um “novo morrer” dotado de particularidades nunca antes experenciadas pelos brasileiros. Diante desses paradigmas impostos pelo estado pandêmico este estudo se fundamenta na seguinte questão: como o novo modelo de experenciar a morte afeta os processos de luto?O objetivo é realizar umarevisão sistemática para conhecer a literatura científica da psicologia brasileira em relação aos processos de morte e luto no contexto pandêmico do Covid -19, e de maneira pormenorizada quantificar a produção científica brasileira em relação a esta temática; estruturar os conteúdos mais frequentes que emergem desse tema; analisar quais as repercussões e perspectivas diante do novo modelo de vivenciar a morte.