Dentre os grupos etários, as crianças são as que mais recebem influência de pessoas como pais/cuidadores, que na maioria das vezes usam de conhecimento e experiências pessoais para indicar tratamentos alternativos como a fitoterapia. No entanto, tal prática, pode gerar graves consequências, como as intoxicações e interações medicamentosas. Neste cenário, a presente pesquisa, teve como objetivo avaliar o uso de plantas medicinais e fitoterápicos em crianças. Trata-se de uma pesquisa de caráter quantitativo, não experimental, e descritiva, utilizando como instrumento um questionário com perguntas referentes ao uso das plantas medicinais e fitoterápicos. A amostra foi composta por cuidadores de crianças/adolescentes de 0 a 13 anos, cadastrados em Estratégias de Saúde da Família (ESF), e que aceitaram participar da pesquisa assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Foram entrevistados 51 cuidadores, dos quais 42 afirmaram usar plantas medicinais com suas crianças. Desses, 95,23% relataram a indicação por um parente, 90,48% usam chás, sendo este preparado a partir das folhas (97,62%), tendo adquirido a mesma por produção própria (64,29%) e em uso diário (50%). Um quantitativo de 83,33% nega ter recebido informações sobre o uso correto, riscos e benefícios do uso da fitoterapia em crianças e 42,86% desconhecem os riscos de toxicidade e interações medicamentosas. Um importante percentual de cuidadores avalia como “muito bom” os efeitos da fitoterapia na saúde da criança (71,42%), confiando plenamente no uso das plantas como forma de tratamento (61,91%). Os achados mostram que no grupo estudado é grande o número de cuidadores que se utilizam das plantas medicinais para o tratamento infantil, porém sem a devida orientação, caracterizando um importante fator que predispõe a riscos a saúde da criança. Dessa forma, ressalta-se a necessidade de ações de conscientização e orientação aos cuidadores sobre a prática segura da fitoterapia como alternativa terapêutica.