A leishmaniose visceral (LV) é considerada uma doença negligenciada comum de áreas tropicais. Ao ano são estimados cerca de 50 a 90 mil casos, cuja maioria ocorre no Brasil, leste da África e Índia. Nas Américas, o Brasil é responsável por 97% dos casos, onde a região Nordeste concentra 90% dos casos notificados. Embora historicamente tenha sido considerada típica do ambiente rural nordestino, nas últimas década a LV tem sofrido processo de urbanização e a ocorrência de surtos epidêmicos. Objetivou-se analisar a incidência de LV nos municípios da VII Gerência Regional de Saúde (GERES) de Pernambuco no período de 2013 a 2022, visando identificar os municípios com maior transmissão e taxa de letalidade Tratou-se de uma pesquisa observacional transversal descritiva, de abordagem quantitativa, a partir de dados obtidos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), que foram e analisados utilizando-se de análise descritiva com porcentagem simples. Foram contabilizados 136 casos novos confirmados, com maior número de casos e taxa de incidência anual nos anos de 2014 a 2017 nos municípios de Salgueiro (11,25%) e Mirandiba (16,37%). Houve um total de 10 óbitos no período o que resultou em uma taxa de letalidade de 7,35%. A maior taxa de letalidade anual ocorreu em 2020 (22%) nos municípios de Belém do São Francisco (33%) e Cedro (25%). Durante o período estudado, a LV apresentou altas incidência, urbanização e letalidade nos municípios da VII GERES de Pernambuco, constituindo-se num grave problema de saúde pública.