A população quilombola enfrenta inúmeros desafios na saúde mental em razão da opressão, discriminação racial, exclusão e precária condição socioeconômica. Este trabalho teve como objetivo o de sintetizar o conhecimento sobre saúde mental de comunidades remanescentes de quilombos. Trata-se de um estudo de revisão integrativa da literatura de abordagem qualitativa, desenvolvida nas bases de dados US National Library of Medicine National Institutes Database Search of Health (PubMed® /MEDLINE), Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature (CINAHL), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Electronic Library Online (Scielo) e Scopus, com o descritor “Quilombola communities’’. Selecionou-se cinco estudos para compor a revisão, sendo majoritariamente de abordagem quantitativa (n=3), publicados em revistas brasileiras (n=4), em língua portuguesa (n=4), e no ano de 2019 (n=2). Após análise qualitativa emergiram dos dados as seguintes categorias: 1) Depressão e fatores associados nas comunidades quilombolas e 2) Interfaces culturais e sociais na saúde mental das comunidades quilombolas. Embora a prevalência de depressão da população quilombola seja semelhante à da população geral, os quilombolas enfrentam barreiras de acesso aos bens e serviços de saúde. A percepção inadequada dos transtornos mentais, acentuada pelo preconceito, prejudica a comunicação entre pacientes e profissionais de saúde, e impacta no tratamento. Ademais, a abordagem terapêutica é influenciada por fatores culturais e religiosos, o que ressalta a importância de uma abordagem multidimensional para mitigar os desafios e melhorar o cuidado mental nesse contexto complexo.