Introdução: A Sífilis, apesar de ser uma infecção sexual conhecida há muito tempo e possuir tratamento acessível, persiste como um problema de saúde pública mundial. As altas taxas de transmissão estão relacionadas a diversos fatores, acometendo, em especial, pacientes portadores do vírus da imunodeficiência humana (HIV), uma vez que compartilham a mesma via de transmissão, fatores epidemiológicos e associações biológicas entre si. Objetivo: analisar o perfil epidemiológico, comportamental e apresentações clínicas de pacientes com sífilis atendidos em unidade de acompanhamento para HIV. Método: realizou-se um estudo observacional, descritivo, transversal e unicêntrico, em pacientes HIV positivos atendidos no serviço Casa Dia, em Belém- PA, diagnosticados com sífilis, no período de 2017 a 2018. Resultados: foram analisados 403 pacientes, sendo 352 (87,34%) do sexo masculino, na faixa etária de 18-29 anos (48,88%), sem parceiros fixos (64,02%) e apenas 33 (8,19%) utilizavam preservativos em todas as relações sexuais. A forma clínica predominante foi a sífilis secundária, seguida pela forma latente. O diagnóstico de sífilis em relação ao de HIV predominou até o primeiro mês de diagnóstico do vírus. Conclusões: a população observada com predomínio de homens jovens, com múltiplos parceiros e pequena parcela que utilizam preservativos com regularidade ressalta a importância da periodicidade de testes de sífilis em pacientes soropositivos para o controle destas infecções. É de suma importância, além disso, estratégias eficazes de prevenção, como medidas comportamentais, educacionais e biomédicas, em especial, para as populações de fatores de risco de ambas patologias.