Este estudo tem como objetivo descrever os marcadores de consumo alimentar de adultos acompanhados pela atenção primária no Estado do Acre. Trata-se de um estudo observacional descritivo seccional com dados secundários do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN), registrados em 2019. Foram apresentadas as frequências relativas dos marcadores de consumo alimentar do Estado e estratificadas por sexo e Região de Saúde: hábito de realizar as refeições assistindo à televisão; consumo de feijão; consumo de frutas; consumo de verduras e legumes; consumo de alimentos ultraprocessados; consumo de hambúrguer e/ou embutidos; consumo de bebidas adoçadas; consumo de macarrão instantâneo, salgadinhos de pacote ou biscoito salgado; consumo de biscoito recheado, doces ou guloseimas. Do total de indivíduos adultos acompanhados na Atenção Primária do Estado do Acre, no ano de 2019, 2.109 tiveram registros de consumo alimentar do dia anterior ao atendimento, onde 35% referiram realizar refeições assistindo à televisão, 73% relataram consumo de feijão, 60% de frutas, 59% de verduras e legumes, 76% de alimentos ultraprocessados e 58% consumo de bebidas adoçadas. Estas frequências diferem ao estratificar por Região de Saúde. Conclui-se que o consumo de alimentos in natura e minimamente processados, dentre eles o consumo de feijão, frutas, verduras e legumes no estado do Acre, atinge mais da metade da população estudada, seguindo as recomendações do Guia Alimentar para a População Brasileira. Observou-se também alta frequência no consumo de alimentos ultraprocessados por regiões no estado do Acre. Levando em consideração, as evidências científicas que o consumo de alimentos ultraprocessados prejudica a qualidade da dieta e eleva o risco de doenças crônicas não transmissíveis, justificam-se políticas públicas que reduzam o consumo desses alimentos, além de ações em saúde, principalmente a nível de Atenção primária, capaz de melhorar a qualidade alimentar e nutricional dessa população.