RESUMO: Os povos quilombolas ainda permanecem vivos através das Comunidades Remanescentes de Quilombos - CRQs, que mantêm forte ligação com a história e trajetória, preservando costumes e cultura dos povos africanos. De acordo com a Fundação Cultural Palmares, o Brasil já soma 3.456 CRQs, das quais 2.798 são certificadas. Considerando o cenário da pandemia por COVID-19 no país, existe uma grande preocupação em relação a essas comunidades, pois estão inseridas, em sua maioria, nas regiões mais afetadas pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) (Nordeste e o Norte), bem como estão mais expostas aos determinantes de risco para a infecção viral. Tomando como base as evidências de outras pandemias que ocorreram no mundo, as minorias étnicas foram fortemente afetadas, em comparação com outros grupos. Diante disso, neste capítulo abordamos alguns aspectos essenciais sobre as CRQs, o panorama do novo coronavírus e o contexto do enfrentamento da pandemia por parte dessas populações. Considerando os desafios impostos pela pandemia da COVID-19, reflete se a importância de um olhar especial e de políticas públicas que sejam capazes de suprirem as necessidades básicas da população e garantir, portanto, o direito à saúde e sua proteção. Além disso, as pesquisas em relação às comunidades tradicionais quilombolas ainda são escassas e as reflexões deste capítulo são relevantes para a comunidade científica.