RESUMO: A ética na pesquisa não significa apenas incorporar termos e autorizações de forma incontestável. A preservação dos bens coletivos das comunidades tradicionais, contribuem diretamente para a proteção de uma riqueza imensa para sociedade. Assim, buscamos neste capítulo apresentar os instrumentos regulatórios para o desenvolvimento de pesquisas etnobiológicas com comunidades tradicionais e povos indígenas no Brasil. No decorrer dos séculos, as experimentações com seres humanos foram regidas por diferentes padrões de ética, muitas vezes chocantes e cruéis, com isso surgem as normas para regulamentar as pesquisas. As comunidades tradicionais e povos indígenas possuem requisitos e instâncias éticas específicas, dentre eles; Sistema de Autorização e Informação em Biodiversidade – SISBIO, Comitês de experimentação animal, Sistema Nacional de Gestão do Patrimônio Genético e do Conhecimento Tradicional Associado – SisGen, Fundação Nacional do Índio – FUNAI. Os mecanismos de fiscalização e proteção jurídica dos grupos tradicionais, patrimônio genético e dos recursos naturais e animais, são discussões recentes no cenário brasileiro, e são essenciais, sendo, portanto, necessário levar em consideração as dinâmicas da criação, da renovação e da transmissão cultural e garantir o compartilhamento dos resultados obtidos através do conhecimento tradicional acessado.