A Doença de Chagas Aguda (DCA) continua sendo um desafio significativo para a saúde pública no Brasil, especialmente em regiões com condições socioeconômicas precárias. Este estudo analisou a evolução dos casos confirmados de DCA entre 2012 e 2022, utilizando dados secundários do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Durante esse período, foram registrados 3.212 casos, com predominância em indivíduos autodeclarados pardos, na faixa etária de 20 a 39 anos e do sexo masculino. A região Norte apresentou a maior concentração de casos, com destaque para o estado do Pará, onde a transmissão oral associada ao consumo de açaí foi um fator determinante. A análise evidenciou uma correlação entre a sazonalidade da doença e o período de safra do açaí, além da vulnerabilidade das populações rurais. Apesar da alta incidência, a taxa de mortalidade permaneceu relativamente baixa. O estudo destaca a necessidade de aprimoramento das políticas públicas de vigilância, diagnóstico precoce e controle da transmissão, especialmente nas áreas mais afetadas.