O Brasil é um dos países que lideram o ranking mundial de casos novos de hanseníase e a formação na área da saúde sobre o tema ainda apresenta lacunas importantes. O objetivo do trabalho foi de relatar a experiência de uma atividade de busca ativa de casos de hanseníase na comunidade sob a perspectiva da formação interprofissional. Trata-se de um relato de experiência a partir das vivências de alunos de graduação, pós-graduação, docentes, trabalhadores da saúde e voluntários do MORHAN em um projeto de extensão universitária. Foram realizadas quatro atividades de busca ativa na área de abrangência de uma Unidade Básica de Saúde em uma cidade no interior do estado de São Paulo. Foram visitadas 773 casas, abordando diretamente e indiretamente 2.943 usuários dos serviços de saúde. Os moradores receberam orientações sobre os principais aspectos da hanseníase, além do esclarecimento de dúvidas. Foram aplicados 40 questionários de sintomáticos-dermatoneurológicos e cinco pessoas foram diagnosticadas com hanseníase. As atividades proporcionaram a aproximação dos integrantes do projeto ao tema da hanseníase, bem como o conhecimento da complexidade sobre o território e também puderam vivenciar o trabalho interprofissional, junto à comunidade, desenvolvendo habilidades de comunicação e decisão compartilhada. Assim, as atividades de busca ativa no ensino de graduação e pós-graduação propiciaram uma reflexão crítica sobre a importância da inserção nos territórios para a formação teórico-prática colaborativa, principalmente para doenças negligenciadas.