A leishmaniose é uma doença infecciosa, não contagiosa, provocada por parasitas do gênero Leishmania, multiplicando-se nos macrófagos, células de defesa. A forma tegumentar ou cutânea é marcada por feridas localizadas na pele, podendo também com o tempo, aparecer feridas na mucosa nasal, bucal e faríngea, sendo popularmente conhecida como ‘‘ferida brava’’. Durante o atual cenário de pandemia provocada pela COVID-19, é imprescindível reduzir a exposição do paciente com Leishmaniose cutânea na Unidade Básica de Saúde, para evitar o possível contágio pelo coronavírus. Diante disso, sabendo da realidade da população adscrita, para garantir o tratamento de forma eficaz, é essencial a manutenção do vínculo médico-paciente, entendendo o paciente e centralizando o processo de atenção na pessoa e não na doença. Relata-se a experiência de um médico residente de Medicina de Família e Comunidade (MFC), no tratamento intralesional de LCL no cenário de uma unidade básica de saúde que, devido à pandemia, se tornou referência em atendimento da COVID-19 e também manteve suas funções de ambulatório diversificado, a fim de atender todas as demandas de saúde emergenciais da população adscrita ao território, havendo maior risco de exposição dos pacientes ao novo coronavírus. Dessa forma, o tratamento intralesional com Antimoniato de meglumina, com eficiência e segurança comprovada, tem caráter bastante promissor diante do contexto atual, evitando numerosas exposições ao ambiente da UBS durante o período crítico da pandemia e os efeitos adversos do fármaco.