Enfermidade crônica grave, potencialmente fatal aos humanos, a leishmaniose visceral (LV) pode atingir taxas de letalidade entre 5-15% mesmo com tratamento. A região Nordeste do Brasil é particularmente afetada pela doença, representando a maioria dos casos notificados no país e frequentemente experimentando surtos epidêmicos. Este estudo analisou o perfil sociodemográfico da LV na VII Gerência Regional de Saúde (VII GERES) de Pernambuco no período de 2013 a 2022, visando contribuir com informações que subsidiem projetos e programas de prevenção e combate à doença e com o direcionamento das políticas assistenciais a população mais vulnerável. Tratou-se de uma pesquisa observacional transversal descritiva, de abordagem quantitativa, a partir de dados obtidos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN)., os quais foram tabulados no Excel (Microsoft 365® ) e analisados utilizando-se de análise descritiva com porcentagem simples. Foram registrados 136 casos, sendo a maioria dos acometidos residente em Salgueiro (50%), do sexo masculino (68%) e das faixas etárias de 20 a 34 anos (26%); 35 a 49 anos (22%) e 1 a 4 anos (21%). No período ocorreram 10 óbitos (7,35%), sendo a maioria do sexo feminino (66%) e das faixas etárias de 1 a 4 anos (20%); 5 a 9 anos (20%) e 35 a 49 anos (20%). Os municípios com maior taxa de letalidade foram Belém do São Francisco e Cedro. Conclui-se que a LV é um desafio de saúde pública no Brasil, especialmente no Nordeste, exigindo medidas eficazes de prevenção, controle e tratamento voltadas as especificidades regionais do perfil epidemiológico dos acometidos e dos óbitos, particularmente da população infantil abaixo de 9 anos e adulta de 20 a 49 anos.