Descrita pela primeira vez em 2009 no Japão, Candida auris é uma ameaça à saúde pública mundial. Tem atraído atenção considerável devido a sua rápida emergência e disseminação ao longo da última década. Apresenta diversos desafios, entre eles: dificuldade diagnóstica, sendo identificado com ferramentas adequadas, persistência em ambiente hospitalar e como agente colonizante em humanos, e difícil tratamento, sendo resistente às 3 principais classes de antifúngicos (poliênos, azóis e em alguns casos equinocandinas). Além disso, representa altos custos aos sistemas de saúde. Surgiu separadamente, mas simultaneamente em diferentes partes do mundo, e possui até o momento quatro clados filogenéticos com distribuição geográfica distinta. Casos individuais ou surtos foram relatados em mais de 47 países em cinco continentes, desde o seu descobrimento em 2009 até o presente momento. Aqui, fazemos um levantamento clínico-epidemiológico detalhado dos principais surtos, bem como países com descrições de casos isolados de C. auris nos continentes asiático, europeu, africano, americano e Oceania. C. auris continua a causar surtos em todo o mundo, sendo difícil identificá-la usando métodos tradicionais de identificação de leveduras. Diante do panorama atual, novas técnicas de identificação, novos antifúngicos e métodos para controle de infecção permitirão melhores resultados clínicos no manejo e controle dessa doença fúngica invasiva, especialmente em períodos de superlotação de hospitais e serviços de saúde.