Muitas vezes os profissionais da Atenção Primária em Saúde se encontram em um ambiente de trabalho com escassez de recursos materiais, humanos e de infraestrutura, o que ocasiona um déficit na resolubilidade dentro da APS. Tal condição sobrecarrega estes profissionais, impactando nos aspectos biopsicossociais que interferem na vida e no trabalho, gerando insatisfação e problemas laborais. Com isso, este estudo buscou apresentar os aspectos biopsicossociais que interferem no processo de trabalho dos profissionais da APS das regiões nordeste e sul do Brasil. Tratou-se de uma revisão narrativa por meio de materialismo histórico, que incluiu no estudo leis, portarias, resoluções e decretos compreendidos no período de 1940 a 2021, além de periódicos publicados no recorte temporal de janeiro de 2010 a maio de 2021. Para o referencial teórico optou-se por descrever um pouco da história do modelo biopsicossocial e a sua ligação com a saúde. Para melhor afinidade com o tema do estudo e por meio da literatura, descreveu-se fatores que influenciam nesse modelo e o perfil dos profissionais da APS de duas regiões distintas do Brasil e por fim mostrou as principais características do trabalho na APS e os fatores que afetam no processo de trabalho, consequentemente interferindo nas condições de vida dos trabalhadores da APS. Portanto, esse estudo mostrou que embora as regiões nordeste e sul sejam culturalmente distintas os aspectos biopsicossociais tem se aproximado. Tendo em vista que, demonstrou níveis de escolaridade e perfil de profissionais da APS semelhantes. Paradoxalmente, de maneira irônica, nestes ambientes de trabalho e em ambas as regiões, aspectos psicológicos como dificuldade de comunicação, sociais como falta de infraestrutura e recursos humanos são frequentes e acabam gerando consequências biológicas que ocasionam problemas mentais e físicos.