INTRODUÇÃO: O aumento do índice de sobrevivência do câncer infantil se deve a eficácia dos tratamentos. Porém, causam efeitos indesejáveis, como alterações fonoaudiológicas, mudanças no cotidiano da criança e da sua família, bem como no desenvolvimento escolar. Desta forma, o fonoaudiólogo, membro de uma equipe multiprofissional, deve atuar na melhoria da qualidade de vida dos pacientes e responsáveis. OBJETIVO: Identificar o grau de conhecimento dos pais sobre o câncer e suas implicações no cotidiano dos pacientes pediátricos. MÉTODO: Estudo com corte transversal de inquérito, com pais/ responsáveis de crianças em tratamento oncológico de um Hospital Público de Sergipe, aprovado pelo CEP (92774918.1.0000.5546). Participaram 20 responsáveis, os quais responderam a um questionário adaptado a partir do material proposto por Nair et al., (2017), composto por 30 perguntas fechadas, com foco na história pregressa da doença, tipos de tratamentos e respostas de atitude em relação ao conhecimento dos efeitos colaterais, implicações no cotidiano da criança e aspectos emocionais desencadeados durante processo terapêutico. RESULTADOS: A maioria dos participantes eram mães, que mencionaram ter conhecimento sobre a doença e duração do tratamento. A média da idade das crianças era de 7,4 anos com prevalência de leucemia e câncer nos sistema nervoso. 85% dos responsáveis desconheciam a perda auditiva em decorrência do tratamento. A preocupação e o medo estão entre os aspectos emocionais elucidados por 85% dos pais. A restrição da brincadeira (35%) e evasão escolar (50%) foram elencadas como consequências negativas do tratamento. CONCLUSÃO: Os pais relataram ter conhecimento a respeito da neoplasia e os efeitos colaterais decorrentes do tratamento, porém, a perda auditiva por ototoxicidade ainda é desconhecida. O cotidiano infantil também é afetado, o que demonstra a importância de uma equipe multiprofissional atuante, a fim de reduzir as implicações no desenvolvimento infantil decorrentes do processo de adoecimento e tratamento