O estigma, considerado como algo que atribui uma caraterística negativa à pessoa, enquadrando num grupo determinado grupo social, atribui um conjunto de condições sociais desfavorecedoras, reduzindo a capacidade de integração e igualdade da pessoa estigmatizada. As pessoas mais vulneráveis socialmente, estão muitas vezes sujeitas a ideias estigmatizantes que enquadram as suas vivências como escolhas pessoais, fraca vontade ou perigosidade comportamental. Para reduzir este estigma, as intervenções multifacetadas e multinível assumem particular relevância, considerando a literacia em saúde um aliado fundamental. Intervir ao nível da pessoa estigmatizada, mas também ao nível social, nos seus vários intervenientes, permite, não apenas a redução das ideias estigmatizantes e correção de estereótipos sociais criados em torno da ideia de pessoa vulnerável socialmente, mas também a redução do processo de formação do estigma, retroalimentado pela segregação social dos grupos estigmatizados. A literacia funciona aqui como um instrumento forte na redução das consequências do estigma, reduzindo por si só este processo, bem como melhorando a integração, qualidade de vida e saúde destas populações.