A adolescência é uma fase de vulnerabilidade física e psicológica, em que ocorrem mudanças significativas, podendo resultar em ameaças ao desenvolvimento e sofrimento mental. A Organização Mundial de Saúde (WHO, 2013) defende a implementação de programas que promovam as capacidades das pessoas, atuando antes que os sintomas se manifestem. Sugere ainda, intervenções com jovens, com especial foco no desenvolvimento e que envolvam os contextos sociais. Assim, a Prescrição Social (PS) surge como uma possibilidade de dar resposta às diversas necessidades do adolescente, sociais, físicas ou emocionais. É uma intervenção terapêutica estruturada, que requer uma participação direta no contexto social, com o objetivo de ativar o suporte social e promover e manter comportamentos saudáveis e de bem-estar mental (LEAVELL et al., 2019). Existem vários modelos de PS, com diferentes estruturas e com o envolvimento de diversos atores e organizações, o que implica diferentes desafios para o desenvolvimento e aplicação da intervenção, bem como para a compreensão de todas as variáveis envolvidas (PESCHENY et al., 2018). A prescrição pode ser para diversas atividades, nomeadamente: arte, voluntariado, atividades na natureza e exercício físico. A evidência tem demonstrado que a PS beneficia os indivíduos, ajudando-os a ter um sentido de vida mais positivo e otimista, conectando-os com a comunidade envolvente, mas que estes resultados são muito dependentes da qualidade da relação com o profissional de saúde que faz a ligação entre a saúde e a comunidade. BICKERDIKE et al. (2017), citado por HAYES et al. (2020), numa revisão da literatura, refere que a PS pode ser útil na melhoria da saúde mental e do bem-estar, aumento da autoestima e da inclusão social. A PS pode contribuir significativamente para a resposta às necessidades de saúde mental dos adolescentes, com intervenções que abordam os principais determinantes da saúde, numa perspetiva salutogénica.