A saúde bucal foi recentemente incluída como campo de atuação do Sistema Único de Saúde. Em contrapartida, a Política Nacional de Saúde Bucal alcança duas décadas de implementação e, decorrido esse tempo, é fundamental reconhecer avanços em torno dos direitos à saúde bucal de pessoas com Transtorno do Espectro Autista em busca da atenção integral à saúde. O presente estudo tem por objetivo discorrer aspectos legais de saúde bucal com enfoque em pessoas com Transtorno do Espectro Autista. Ao longo de pouco mais de trinta anos, desde a implantação do Sistema único de Saúde, alguns marcos nas políticas públicas regulamentaram direitos à pessoa com deficiência no contexto da saúde bucal. Em 2006, houve implantação de Centros de Especialidades Odontológicas. Em 2008, o Caderno de Atenção Básica nº 17, referente à saúde bucal, incluiu pessoas com autismo no perfil de pacientes que podem ser encaminhados para atendimento em Centros de Especialidades Odontológicas. Contudo, o atendimento odontológico deve ser preferencialmente realizado no âmbito da Atenção Primária à Saúde. Um capítulo de destaque à saúde bucal deu-se em 2019, com a publicação do " Guia de Atenção à Saúde Bucal da Pessoa com Deficiência" . Este estudo trata-se de revisão documental sobre políticas públicas, portarias e leis com destaque à saúde bucal de pessoas com autismo, implementadas no Brasil a partir da implantação do Sistema Único de Saúde. A análise foi complementada por revisão bibliográfica de estudos sobre implementação dessas políticas no que se refere ao autismo. Espera-se que o presente estudo, por um olhar retrospectivo sobre políticas públicas em saúde bucal para pessoas com autismo no Brasil, promova mais visibilidade a esse campo de investigação, fomento para políticas públicas e incite a realização de estudos na área para avanços na atual conjuntura.