O curso de medicina é reconhecido como um local composto por estudantes que possuem vulnerabilidades ao adoecimento mental, inegavelmente fatores pessoais contribuem com essa realidade, no entanto, a vida acadêmica diferenciada em virtude da relevância dessa profissão e da alta carga de conteúdo incitam fatores que juntos contribuem negativamente para essa realidade. Diante disso, fica demonstrado a necessidade da melhor análise dos aspectos que contribuem para o desenvolvimento e agravamento desses transtornos e, consequentemente uma melhor abordagem dessa temática nas universidades. Analisar a prevalência dos alunos diagnosticados com transtornos em saúde mental anteriormente ou durante o curso de medicina e quais fatores os participantes da pesquisa atribuem, de acordo com sua subjetividade, como importantes para o quadro de adoecimento. Participaram do presente estudo um total de 408 discentes, em sua maioria composto por mulheres, sendo este também o gênero com maior diagnostico de adoecimento, não houve correlação de comorbidades com outras variantes sociodemográficas e os principais fatores associados foram cansaço, prejuízo de sono, sobrecarga de estudo, autocobrança, moradia longe do domicílio e estresse que interfere na qualidade de vida. O fator referido como de menor associação são os relacionados a religiosidade. Foi identificado que a alta prevalência de Transtorno de Ansiedade Generalizada entre os alunos de medicina e que são diversos os fatores correlacionados ao prejuízo a saúde mental dos estudantes, notadamente cansaço/estafa e outro inerentes a própria vida acadêmica no curso de medicina. Diante disso, é importante que as instituições de ensino implantem medidas de suporte voltadas para a preservação e melhora da qualidade de vida e saúde mental dos discentes.