Os transtornos mentais comuns, como depressão e ansiedade, têm registrado um aumento na prevalência mundial, especialmente após a pandemia da COVID-19. Apesar da heterogenicidade dos sintomas, estas condições apresentam confluências sobre as bases biológicas, principalmente, no que se refere ao desequilíbrio nos níveis de serotonina. Para ambos os transtornos, os tratamentos convencionais são limitados por respostas variáveis e efeitos adversos, o que reflete a busca por novas terapêuticas. A modulação da microbiota é uma estratégia promissora para o controle de depressão e ansiedade, pois é capaz de modular os parâmetros e mediadores envolvidos na fisiopatologia dessas condições, como neuroinflamação e modulação neuroendócrina. Nesse contexto, o objetivo do presente estudo é explorar e descrever estudos recentes que apontam os probióticos como uma abordagem terapêutica inovadora no tratamento da ansiedade e depressão. Trata-se de uma revisão narrativa, retrospectiva, exploratória e qualitativa, baseada na pesquisa de artigos científicos nas bases de dados: PubMed, SciELO e Mendeley, estabelecendo critérios de seleção da amostra. Após filtro de seleção, foram selecionados 40 artigos. Diversas evidências científicas têm A análise desses estudos reforça o potencial de probióticos na modulação de transtornos de humor, provavelmente pela regulação da microbiota intestinal. Em modelos pré-clínicos de ansiedade e depressão, cepas probióticas, com destaque para os gêneros Lactobacillus e Bifidobacterium, demonstraram melhores perfis de atividade. Os efeitos foram associados à modulação de citocinas, neurotransmissores, a níveis hormonais como cortisol e de fatores neurotróficos, como o fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF, em inglês), que desempenha papel crucial na neuroplasticidade. Os ensaios clínicos também reforçam e apoiam os efeitos terapêuticos dos probióticos na ansiedade e depressão. Os baixos níveis de indução de efeitos adversos, dependência ou tolerância ressaltam o bom perfil de segurança e configuram a suplementação probiótica como uma estratégia tolerável, eficaz e de grande interesse terapêutico, comercial e industrial. Essas descobertas ampliam as perspectivas para o manejo da ansiedade e depressão, destacando a importância da microbiota e dos probióticos como estratégias terapêuticas promissoras, com importante potencial tecnológico para geração de produtos.