A Saúde Pública no Brasil é regida pelos princípios da descentralização, da participação da comunidade e do atendimento Integral. Nesse ultimo ponto, enfatizamos que tal regra induz que os serviços em saúde devem contemplar desde a prevenção de doenças até os cuidados paliativos. Chamamos atenção para o ponto fundamental: a saúde dos povos originários deve ser primordialmente promovida pelo governo brasileiro, e subsidiariamente por outras instituições e organizações, embora historicamente essa lógica tenha sido invertida. Ao longo da pesquisa demonstramos as formas pelas quais o serviço público é prestado a esses povos e como ele é distribuído na hierarquia do Ministério da Saúde. São ressaltados os desafios da distribuição do serviço, principalmente devido à distribuição desigual dos profissionais de saúde no contexto brasileiro e o resultado da omissão governamental para as populações indígenas. Nesse cenário, o presente artigo tem a finalidade de analisar – através de uma pesquisa bibliográfica quali-quantitativa, nas plataformas públicas de pesquisa e nos documentos oficiais do governo brasileiro – a questão da saúde indígena. O enfoque do trabalho é a prestação ou não do serviço, pois antes de pensar na qualidade dos serviços de média e alta complexidade, deve-se analisar se o serviço, seja qual for, abrange universal e integralmente os povos originários.