O objetivo dessa investigação foi traçar o perfil epidemiológico dos homicídios femininos em Pernambuco, Brasil, entre 2000 e 2021. Trata-se de um estudo descritivo, considerando-se como unidade de análise o período descrito, o estado de Pernambuco e suas subdivisões regionais. Os dados foram obtidos via Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) e analisados no software R Studio v. 4.3.1. As taxas de homicídios femininos foram calculadas em taxas brutas (TB) e padronizadas (TP) de mortalidade, realizadas pelo método direto. Foram notificados 5.865 homicídios femininos, predominando a idade de 20-29 anos (31,1%), solteiras (67,0%), 4-7 anos de estudo (25,5%), raça/cor da pele parda (76,8%), em via pública (39,9%), por arma de fogo (61,4%), em Recife (20,2%), na Região Metropolitana (64,5%) e na I GERES (50,4%). A taxa homicídio de mulheres em Pernambuco foi maior em 2000 (TB=7,39; TP=8,06) e o menor em 2019 (TB=4,11; TP=4,48). A Região Metropolitana foi a região que apresentou a maior taxa de homicídios padronizada, com 93,82 mortes por 100 mil mulheres. Assim, faz-se necessária a construção de redes sociais que viabilizem a proteção integral das mulheres, bem como estudos epidemiológicos adicionais para melhor compreender a vigilância e a continuação do feminicídio.