Este resumo discute a importância das parteiras tradicionais em comunidades rurais, evidenciando o conhecimento acumulado e herdado por seus ancestrais e, na assistência não só ao parto, mas sobretudo a assistência dada às mulheres em todo ciclo gravídico puerperal. Durante um workshop de troca de saberes no interior do Amapá, as parteiras tradicionais revelaram seu papel multifacetado, que vai além da assistência ao parto. Elas atuam na assistência durante a gravidez, parto e pós-parto, oferecendo apoio físico e emocional, especialmente em áreas com acesso limitado a serviços de saúde estruturados. As narrativas das parteiras destacam a confiança da comunidade em seu trabalho, muitas vezes sendo preferidas pelas próprias comunidades para auxiliar gestantes em detrimento do atendimento médico. A herança familiar desempenha um papel importante na formação dessas parteiras, com a transmissão intergeracional de conhecimento. O acompanhamento pós-parto é uma parte crucial de sua prática, com a duração variando de um a oito dias. Isso permite monitorar a recuperação da mãe e o desenvolvimento do bebê, enquanto oferece apoio emocional e prático às famílias. As parteiras tradicionais desempenham um papel vital nas comunidades rurais, combinando sabedoria ancestral, adaptabilidade e confiança da comunidade garantindo partos seguros e bem-sucedidos, diminuindo a mortalidade materna e neonatal, enfatizando a importância da cultura, confiança e bem-estar do binômio materno fetal.